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24 de Abril de 2024
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    Secretaria de Saúde alerta população para doenças da chuva

    há 15 anos

    Para evitar acidentes e surtos de doenças como a leptospirose, que é favorecida pela ação transmissiva da água no período das chuvas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta a população para os cuidados a serem tomados. A primeira medida deve ser a limpeza dos quintais e a desobstrução dos canais pluviais no entorno das residências.

    "Todos devem se conscientizar e cuidar do meio ambiente cotidianamente, principalmente aqueles que moram em áreas próximas às margens de rios ou córregos urbanos que estão mais expostos aos perigos das enchentes. Não jogar lixo caseiro nos rios e córregos, limpar e não desmatar os leitos dos rios e manter sempre o terreno limpo previne acidentes", afirma o gerente estadual de Vigilância Ambiental, Francisco Lemos.

    Durante enchentes e alagamentos, a população fica mais exposta à leptospirose, hepatite, diarréias e cólera, as chamadas doenças de veiculação hídrica - transmissão pela água contaminada por vírus, bactérias e outros agentes infecciosos. A leptospirose é transmitida por meio da água contaminada pela urina de ratos. O maior perigo está na limpeza e desinfecção de casas, utensílios, caixas d’água, móveis, já que a pelé com cortes ou arranhões ou em contato prolongado com a água facilita a penetração da bactéria causadora da doença, que pode levar à morte.

    Entre as hepatites (inflamação no fígado), a do tipo A, principalmente, também ocorre em episódios de enchentes e alagamentos. É uma doença virótica, de transmissão oral-fecal, que atinge as pessoas através de alimentos, água e utensílios contaminados. As diarréias podem ser causadas pela água contaminada por vírus, parasitas e/ou bactérias. A água contaminada pelo vibrião colérico provoca cólera, uma forma gravíssima de diarréia. Em Minas Gerais não há registros de casos de cólera desde a década passada.

    Medidas simples

    Os sintomas de todas essas doenças são semelhantes: febre, mal estar, vômito, diarréia. A principal recomendação é de que a pessoa procure o serviço de saúde mais próximo rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas, pois o diagnóstico precoce favorece o tratamento. É importante que o paciente não faça automedicação, o que pode agravar o quadro das doenças. Embora sejam graves, existem medidas simples que podem ajudar a prevenir essas doenças.

    Ao fazer a desinfecção e limpeza da casa, móveis e utensílios, é preciso proteger a pelé do contato direto e prolongado com a água. Para isso, se a pessoa não tem luvas e botas, pode usar sacos plásticos duplos.

    Além disso, deve ser usado hipoclorito de sódio (duas gotas em cada litro d’água, esperando 30 minutos para beber). Na desinfecção de todos os objetos, casa, caixas d’água, móveis deve-se utilizar água sanitária (200 ml de água sanitária para 20 litros de água), caso não seja possível fervê-la antes. Em hipótese alguma deve ser usado cloro utilizado na limpeza de piscinas porque possui outras substâncias em sua composição. Alimentos e remédios que foram atingidos por alagamentos e enchentes não devem ser consumidos, mesmo se estiverem embalados ou forem lavados.

    Verão

    "O fim da enchente não significa que o perigo acabou", afirma Francisco Lemos. Ao contrário, o verão brasileiro é caracterizado pelas fortes chuvas intercaladas de período de calor, o que favorece a ocorrência de esquistossomose, dengue, malária e febre amarela.

    As pessoas que circulam por regiões de cachoeiras, lagos, lagoas e rios devem estar atentas. A esquistossomose (xistose) é transmitida por caramujos infectados por parasitas. Os caramujos vivem às margens de lagoas, lagos e cachoeiras. Também existe o risco de transmissão da malária e febre amarela. Esta última pode ser prevenida através de vacina, que tem eficácia por dez anos e está disponível nos postos de saúde.

    Já no meio urbano, o perigo está na água acumulada em recipientes (pneus, pratos de vasos de plantas, lata, caixas d’água destampadas e garrafas) que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Os sintomas dessas doenças também são semelhantes - febre, mal estar. Ao aparecimento dos primeiros sintomas, a pessoa deve procurar o serviço de saúde mais próximo rapidamente.

    Ações

    As chuvas que castigam diversas cidades mineiras vêm provocando destruição e muitos prejuízos. Desde setembro de 2008, 96 municípios foram atingidos pelas chuvas e 23 pessoas morreram no Estado. Do total, 56 cidades decretaram estado de emergência. No momento, encontram-se desabrigadas 5.995 pessoas e 56.668 estão desalojadas no Estado.

    A SES, em parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), enviou desde novembro de 2008, 145 mil medicamentos às cidades atingidas pelas chuvas. Entre os remédios enviados constam antibióticos, analgésicos, antiinflamatórios e medicamentos para circulação. A população também está recebendo orientações sobre limpeza de imóveis, caixas d’água e poços artesianos. A SES enviou ainda cartilhas educativas às cidades afetadas pelas chuvas, com material sobre enchentes e leptospirose.

    No dia 21 de janeiro, será realizada videoconferência pelos técnicos da Gerência de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, destinada aos profissionais de saúde das Gerências Regionais de Saúde com o tema "Epidemiologia, Clínica e Tratamento das Leptospiroses" visando ao diagnóstico precoce e redução da letalidade.

    Título Secretaria de Saúde alerta população para doenças da chuva
    Autor Secretaria de Estado de Governo Data 07/01/2009
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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/secretaria-de-saude-alerta-populacao-para-doencas-da-chuva/550476

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